Bailado Cósmico
Do alto do seu majestoso trono, Deus observa, com não disfarçado orgulho, a dança ritmada e bem coordenada dos astros. Foi Ele quem criou a coreografia e ensaiou os bailarinos. Agora repousa e assiste ao espectáculo da sua autoria. Se o criou para seu próprio entretenimento ou para gáudio de outros, não o podemos dizer. Mas o seu sorriso e o bater ritmado do seu pé, mostra que o bailado prossegue de forma perfeita e ao compasso que ele idealizou, durante aqueles longos momentos de solidão em que os seus bailarinos não passavam de pedaços inarticulados de matéria. Por longos tempos meditou e explicou o seu projecto aos Anjos. Estes entreolhavam-se, interrogando-se quem seriam os bailarinos. Sim, porque eles são os membros da orquestra: harpas, violinos, trombetas. E então, Deus tirou de dentro da sua túnica um ponto de densidade infinita e fazendo-o explodir criou a matéria, a energia e o tempo.
Não nos afastemos do espectáculo: é uma dança complexa, em que os intervenientes são díspares. Por requintes de artista, Deus decidiu que os astros cintilantes ficam ao centro enquanto os bailarinos menores rodam à volta das estrelas e à volta de si próprios. À volta de alguns destes bailarinos menores, vulgo planetas, Deus colocou ainda outros mais pequenos, os satélites. E como se ainda não bastasse, irrompem entre esta sucessão hierárquica os cometas.
Mas chegamos a uma parte peculiar do espectáculo, e Deus endireita-se no trono para melhor apreciar. É um momento relativamente raro, projectado cuidadosamente. É o momento em que o satélite Lua se interpõe entre a estrela Sol e o planeta Terra. Como resultado, o brilho do Sol, que Deus sabe ser tão amado na Terra, é momentaneamente cortado ou reduzido: dá-se o eclipse solar. Os passos saíram executados na perfeição e Deus não se pode coibir de aplaudir de pé, não obstante os olhares reprovadores dos Anjos.
Volta a sentar-se e a dança prossegue constante e imutável, coordenada e perfeita. Abstraindo-se um pouco do espectáculo, Deus sorri para si próprio e pensa nos Homens, que por números e leis de Astrofísica conseguiram desvendar grande parte do seu bailado, calculando com precisão quando é que aqueles momentos do eclipse ocorrem, e onde é possível observá-lo melhor da Terra.
Sentir-se-á aborrecido com isso? Diríamos que não. Afinal o Universo é infinito e portanto Deus pensa que o conhecimento total daquilo que não acaba é uma pretensão que vai contra as leis elementares da lógica. E é com enorme gozo que recorda o rosto atónito do Anjos quando lhes mostrou o ponto de densidade infinita que explodiu e o rosto dos Homens quando se aperceberam da formação do Universo a partir daquilo que decidiram chamar por “Big Bang”.
Não nos afastemos do espectáculo: é uma dança complexa, em que os intervenientes são díspares. Por requintes de artista, Deus decidiu que os astros cintilantes ficam ao centro enquanto os bailarinos menores rodam à volta das estrelas e à volta de si próprios. À volta de alguns destes bailarinos menores, vulgo planetas, Deus colocou ainda outros mais pequenos, os satélites. E como se ainda não bastasse, irrompem entre esta sucessão hierárquica os cometas.
Mas chegamos a uma parte peculiar do espectáculo, e Deus endireita-se no trono para melhor apreciar. É um momento relativamente raro, projectado cuidadosamente. É o momento em que o satélite Lua se interpõe entre a estrela Sol e o planeta Terra. Como resultado, o brilho do Sol, que Deus sabe ser tão amado na Terra, é momentaneamente cortado ou reduzido: dá-se o eclipse solar. Os passos saíram executados na perfeição e Deus não se pode coibir de aplaudir de pé, não obstante os olhares reprovadores dos Anjos.
Volta a sentar-se e a dança prossegue constante e imutável, coordenada e perfeita. Abstraindo-se um pouco do espectáculo, Deus sorri para si próprio e pensa nos Homens, que por números e leis de Astrofísica conseguiram desvendar grande parte do seu bailado, calculando com precisão quando é que aqueles momentos do eclipse ocorrem, e onde é possível observá-lo melhor da Terra.
Sentir-se-á aborrecido com isso? Diríamos que não. Afinal o Universo é infinito e portanto Deus pensa que o conhecimento total daquilo que não acaba é uma pretensão que vai contra as leis elementares da lógica. E é com enorme gozo que recorda o rosto atónito do Anjos quando lhes mostrou o ponto de densidade infinita que explodiu e o rosto dos Homens quando se aperceberam da formação do Universo a partir daquilo que decidiram chamar por “Big Bang”.
2 Comments:
mainada
By melena, at 12:00 PM
Caros Leitores:
O coloquei este post porque no dia 29 de Março ocorreu um eclipse solar que em Portugal foi apenas parcial. Para os mais distraídos, fica aqui a nota.
By Carolina Almeida, at 4:38 PM
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