A Irmandade do Estetoscópio
Hoje em dia é muito fácil fazer dinheiro a partir de um livro. Principalmente a partir daqueles classificados como literatura de aeroporto que misturam acções alucinantes ao longo de 24 horas, um tipo esperto, uma gaja boa e uma organização manhosíssima que sobreviveu incógnita ao longo dos tempos devido ao esforço de membros de elite.
Se até um livro escrito por uma senhora cuja actividade profissional não é tributável, relatando as suas actividades diárias, recheado de palavrões linha sim linha sim senhor, pode vender, porque é que um livro meu à Dan Brown não há-de rechear generosamente a minha conta bancária?
Por isso mesmo decidi criar primeiro uma organização, a partir da qual o enredo será desenvolvido.
A organização é a Irmandade do Estetoscópio. É composta por jovens estudantes aspirantes a médicos que dedicam a sua vida ao conhecimento desta nobre ciência e que certamente não deveriam ter tempo para escrever textos como o presente.
A referida Irmandade caracteriza-se por usar comummente vocabulário que irrita a maioria do comum mortal. Como referir-se a cefaleia quando se queixa de uma vulgaríssima dor de cabeça ou descrever-se num estado asténico para dizer que está cansado. Ou ainda referir-se a um estímulo do Sistema Nervoso Simpático para dizer que apanhou um susto do caraças.
A Irmandade do Estetoscópio persegue o seu ideal de ouro. Esqueçam o Santo Graal ou a sepultura de Maria Madalena. O que os dignos membros da ordem querem descobrir é a que se referem os doentes quando dizem estar com “Agonias”, esse misterioso sintoma passível de ser encontrado em qualquer doença sentida por um açoriano ou imigrante.
Aqui está o meu primeiro passo para a fama no meio literário. Restam os outros componentes da acção de uma obra que virá a ser descrita como inspirada e reveladora de grande talento.
E claro, qualquer semelhança com o real é pura, pura coincidência.
Se até um livro escrito por uma senhora cuja actividade profissional não é tributável, relatando as suas actividades diárias, recheado de palavrões linha sim linha sim senhor, pode vender, porque é que um livro meu à Dan Brown não há-de rechear generosamente a minha conta bancária?
Por isso mesmo decidi criar primeiro uma organização, a partir da qual o enredo será desenvolvido.
A organização é a Irmandade do Estetoscópio. É composta por jovens estudantes aspirantes a médicos que dedicam a sua vida ao conhecimento desta nobre ciência e que certamente não deveriam ter tempo para escrever textos como o presente.
A referida Irmandade caracteriza-se por usar comummente vocabulário que irrita a maioria do comum mortal. Como referir-se a cefaleia quando se queixa de uma vulgaríssima dor de cabeça ou descrever-se num estado asténico para dizer que está cansado. Ou ainda referir-se a um estímulo do Sistema Nervoso Simpático para dizer que apanhou um susto do caraças.
A Irmandade do Estetoscópio persegue o seu ideal de ouro. Esqueçam o Santo Graal ou a sepultura de Maria Madalena. O que os dignos membros da ordem querem descobrir é a que se referem os doentes quando dizem estar com “Agonias”, esse misterioso sintoma passível de ser encontrado em qualquer doença sentida por um açoriano ou imigrante.
Aqui está o meu primeiro passo para a fama no meio literário. Restam os outros componentes da acção de uma obra que virá a ser descrita como inspirada e reveladora de grande talento.
E claro, qualquer semelhança com o real é pura, pura coincidência.
3 Comments:
Minha querida prima! Há imenso tempo que não te fazia uma visita. Mas cá estou eu! Quando for grande, quero escrever como tu, e não acho que escreva mal, à partida... O teu sentido de humor e crítico estão, como sempre, activos. Muito perspicaz, sim senhora. Acho imensa piada ao termo "agonias". Acredito que se deparem mts vezes como esse "sintoma". É "sintomático" das nossas simpáticas gentes.
Bem, vou passar ao próximo :)
Beijo, Mariana
By Anonymous, at 4:51 PM
Bem, fizeste-me corar...obrigada pelo elogio. Acho que também escreves muito bem e portanto não precisas de te preocupar em escrever como eu quando fores grande.
Ainda bem que entendeste o texto pelo que ele é: um exercício de diversão (foi escrito em rascunho numa paragem de autocarro).
Beijo
By Carolina Almeida, at 6:37 PM
ofereço-me ja para ser teu agente
By divagador, at 2:01 PM
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