Sophia
Regra geral, os exames nacionais deixam uma marca indelével, tanto por bons como por maus motivos. Principalmente o de Português, uma vez que, normalmente, é o primeiro a ser realizando e portanto define o estado psicológico com que o estudante encara as provas seguintes.
No meu exame de Português (1ª fase, 2005) saiu um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen para analisar, autora que, durante as minhas aulas, a professora chamava familiarmente Sophia, enquanto os restantes eram nomeados pelo seu nome completo ou simplesmente pelo apelido.
Ela era apenas Sophia. Provavelmente a tratávamos assim devido ao seu nome longo e estrangeirado, ou então porque já era uma figura conhecida desde os tempos mais infantis quando lia-mos “A Menina do Mar” ou “O Cavaleiro da Dinamarca”.
Sempre gostei dos poemas de Sophia. Apesar de serem de interpretação nem sempre fácil, o seu tema recorrente do mar faz eco na minha personalidade de ilhéu.
Assim sendo, e porque há dois anos atrás Sophia deixou este mundo (não totalmente porque a verdadeira arte imortaliza o artista) transcrevo aqui o poema do meu exame nacional de Português, numa singela mas justa homenagem.
Em todos os jardins
Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como um beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas paisagens.
No meu exame de Português (1ª fase, 2005) saiu um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen para analisar, autora que, durante as minhas aulas, a professora chamava familiarmente Sophia, enquanto os restantes eram nomeados pelo seu nome completo ou simplesmente pelo apelido.
Ela era apenas Sophia. Provavelmente a tratávamos assim devido ao seu nome longo e estrangeirado, ou então porque já era uma figura conhecida desde os tempos mais infantis quando lia-mos “A Menina do Mar” ou “O Cavaleiro da Dinamarca”.
Sempre gostei dos poemas de Sophia. Apesar de serem de interpretação nem sempre fácil, o seu tema recorrente do mar faz eco na minha personalidade de ilhéu.
Assim sendo, e porque há dois anos atrás Sophia deixou este mundo (não totalmente porque a verdadeira arte imortaliza o artista) transcrevo aqui o poema do meu exame nacional de Português, numa singela mas justa homenagem.
Em todos os jardins
Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como um beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas paisagens.
3 Comments:
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By Anonymous, at 5:39 AM
Em São Paulo, Brasil, brocuro por Sophia nas ilhas da web por força da minha dissertação de mestrado e me deparo com a tua singela homenagem. Obrigada!
By Anonymous, at 2:03 AM
Em São Paulo, Brasil, procuro por Sophia nas ilhas da web por força da minha dissertação de mestrado e me deparo com a tua singela homenagem. Obrigada!
By Anonymous, at 2:03 AM
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