Ecce Homo
Na cobertura das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, vi ontem à noite uma entrevista a uma senhora à qual estavam a ser prestados serviços de enfermagem, visto que tinha dado a volta ao campo de São Francisco de joelhos, na sequência de uma promessa. A senhora apresentava os joelhos e o dorso dos pés em ferida, qual representação de Cristo crucificado.
Para os que não conhecem os ritos que caracterizam este culto, os fiéis em momentos de angústia, sofrimento e aflição, fazem promessas, promessas essas pagas de diversas formas quando a graça pedida é concedida. Há quem ofereça jóias ou capas de veludo vermelho bordadas a ouro, engrossando assim o já riquíssimo tesouro da imagem. Outros prometem sacrifícios menos materiais, como ir descalço na procissão, carregar círios do seu peso ou altura, ou das medidas da pessoa para a qual pediram a protecção divina. Finalmente há quem prometa dar a volta ao Campo de São Francisco de joelhos, sobre o basalto da calçada. Este ano o tempo esteve sombrio, mas é frequente estar calor, pelo que o sacrifício ainda se torna mais violento. Algumas pessoas ficam em tão mau estado que são encaminhadas para o serviço de Cirurgia.
As autoridades religiosas manifestam-se contra esta expressão de fé e gratidão tão dolorosa, mas ao que parece, o número de pessoas que optam por este tipo de promessas não diminui.
Só quem assiste às festas sabe a imensidão de gente que adere às procissões. É um culto com mais de 300 anos que não morre apesar da crise religiosa que os padres tanto apregoam, sendo que estas são as maiores festas religiosas de Portugal. E porque será? Talvez porque a imagem represente mais compaixão, compreensão e tolerância para com as fraquezas humanas do que alguns dos clérigos, que por vezes mais não fazem do que censurar e ameaçar com o fogo perpétuo do Inferno as almas simples.
Para os que não conhecem os ritos que caracterizam este culto, os fiéis em momentos de angústia, sofrimento e aflição, fazem promessas, promessas essas pagas de diversas formas quando a graça pedida é concedida. Há quem ofereça jóias ou capas de veludo vermelho bordadas a ouro, engrossando assim o já riquíssimo tesouro da imagem. Outros prometem sacrifícios menos materiais, como ir descalço na procissão, carregar círios do seu peso ou altura, ou das medidas da pessoa para a qual pediram a protecção divina. Finalmente há quem prometa dar a volta ao Campo de São Francisco de joelhos, sobre o basalto da calçada. Este ano o tempo esteve sombrio, mas é frequente estar calor, pelo que o sacrifício ainda se torna mais violento. Algumas pessoas ficam em tão mau estado que são encaminhadas para o serviço de Cirurgia.
As autoridades religiosas manifestam-se contra esta expressão de fé e gratidão tão dolorosa, mas ao que parece, o número de pessoas que optam por este tipo de promessas não diminui.
Só quem assiste às festas sabe a imensidão de gente que adere às procissões. É um culto com mais de 300 anos que não morre apesar da crise religiosa que os padres tanto apregoam, sendo que estas são as maiores festas religiosas de Portugal. E porque será? Talvez porque a imagem represente mais compaixão, compreensão e tolerância para com as fraquezas humanas do que alguns dos clérigos, que por vezes mais não fazem do que censurar e ameaçar com o fogo perpétuo do Inferno as almas simples.
6 Comments:
Não sou nada religioso. Acredito piamente que tudo o que fazemos, bem ou mal, só afecta as pessoas a quem o fazemos, não adicionando´nem subtraindo pontos a nenhuma conta espiritual. Por isso, e só por isso, o meu princípio é tratar bem toda a gente. Apesar disso, e pela primeira vez, assisti ao pagamento de promessas ao Sr. Santo Cristo. Comoveu-me, não só por causa da observação do sofrimento dos participantes, mas também por ver que a fé e o agredecimento, efectivamente, movem montanhas. E, sem dúvida, quer se acredite quer não, aquela imagem, como nenhuma outra, transmite uma enorme sensação de paz...
By Anonymous, at 10:19 PM
leia-se agradecimento, please...
By Anonymous, at 10:20 PM
como li hoje:
"promessas, só quem passa por isso é que sabe"
By melena, at 11:23 AM
Cada qual com as suas crenças...no entanto, acho um desperdicio de saúde e um encher desnecessário do HDES(essa é pos de medicina)! Tudo bem que acreditem, acho que até fazem muito bem...agora...desfazer os joelhos va melhorar a vida de alguém? Pelo amor de Deus...
como n podia deixar de ser...é o rui a falar! :P
By Anonymous, at 4:30 PM
respeito a fé das pessoas e nem pretendo imaginar em q situações se encontravam para fazer as promessas que fizeram, mas o sacrificio fisico e que resulte em lesões mete-me um bocado de impressão.
mas concordo com a citação de "melena".
By Anonymous, at 11:43 AM
Nuno e Melena:
É isso mesmo. Se bem que me faça também muita impressão (e não me estou a imaginar a fazer uma coisa dessas) o sacríficio a que as pessoas se expõem, acho que merece todo o respeito.
Não sei do que é que a Câmara de Ponta Delgada está à espera para colocar em volta do Campo uma passadeira de mármore, como em Fátima. É mais do que óbvio que vão continuar a haver esse género de promessas, e certamente andar de joelhos por cima de mármore é muito menos violento do que em cima de basalto.
By Carolina Almeida, at 12:56 PM
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