Quando o Homem quer ou o Lucro exige
O tempo voa, toda a gente se queixa do mesmo. O stress, praga da vida quotidiana, tornou-se tão imprescindível, tão necessário como o café de todos os dias, que os poucos que dele não sofrem são frequentemente olhados de lado, por aparentemente viverem de modo preguiçoso e indolente. Que o tempo pareça pouco para tudo o que se deseja fazer num dia: dedicação ao trabalho, à família e a nós próprios, isso é banal. O tempo não é vivido, de modo que é difícil perceber se passa por nós ou se somos nós que passamos por ele.
O que é absurdo é apressar o que por natureza é apressado. Qual não foi o meu espanto quando no fim-de-semana passado entrei num centro comercial e o vi decorado para o Natal, quando ainda faltam dois meses.
Quem consegue, ainda mantém o espírito de Natal impoluto: como a festa da família, a festa entre as festas. Já não o digo como puramente espiritual porque o materialismo está entranhado nas nossas vidas. Refiro-me ao facto de conseguirmos ver para além das prendas da praxe, o sentimento, o afecto por detrás delas. A alegria em dar um jantar de família, o cuidado amoroso com que se prepara o jantar da Consoada. Os dias preguiçosos em que se fica em casa a ouvir música festiva e o vento a uivar na janela.
Apelar ao Natal com dois meses de antecedência é rebaixá-lo ao puro espírito consumista. Perde-se o verdadeiro sentido. Não encaixa, não faz sentido. É como comer um fruto fora da estação e perceber que é de estufa. É forçado. As coisas fazem-se por analogias, por compatibilidades: para mim só faz sentido comer castanhas assadas na rua se fizer frio. Só faz sentido ir à praia quando acabam os exames. Só faz sentido ir passear ao centro comercial se chove a cântaros. Só faz sentido ser Natal depois dos feriados de Dezembro. Dizem, e é verdade, que o melhor das festas é esperar por elas. Os dias em si, passam depressa como tudo nesta vida e por isso prolongamos a festa ao ansiá-la. Mas, sejamos razoáveis, a véspera que faz a festa está a ser abusivamente alargada.
O que é absurdo é apressar o que por natureza é apressado. Qual não foi o meu espanto quando no fim-de-semana passado entrei num centro comercial e o vi decorado para o Natal, quando ainda faltam dois meses.
Quem consegue, ainda mantém o espírito de Natal impoluto: como a festa da família, a festa entre as festas. Já não o digo como puramente espiritual porque o materialismo está entranhado nas nossas vidas. Refiro-me ao facto de conseguirmos ver para além das prendas da praxe, o sentimento, o afecto por detrás delas. A alegria em dar um jantar de família, o cuidado amoroso com que se prepara o jantar da Consoada. Os dias preguiçosos em que se fica em casa a ouvir música festiva e o vento a uivar na janela.
Apelar ao Natal com dois meses de antecedência é rebaixá-lo ao puro espírito consumista. Perde-se o verdadeiro sentido. Não encaixa, não faz sentido. É como comer um fruto fora da estação e perceber que é de estufa. É forçado. As coisas fazem-se por analogias, por compatibilidades: para mim só faz sentido comer castanhas assadas na rua se fizer frio. Só faz sentido ir à praia quando acabam os exames. Só faz sentido ir passear ao centro comercial se chove a cântaros. Só faz sentido ser Natal depois dos feriados de Dezembro. Dizem, e é verdade, que o melhor das festas é esperar por elas. Os dias em si, passam depressa como tudo nesta vida e por isso prolongamos a festa ao ansiá-la. Mas, sejamos razoáveis, a véspera que faz a festa está a ser abusivamente alargada.
2 Comments:
Gosto de centros comerciais. Gosto da música de Natal que sai daqueles altifalantes colocados nos tectos para os transeuntes consumistas. Gosto de ver as crianças a fazerem birras envergonhando os pais porque querem todos aqueles brinquedos expostos na montra.
Gosto do Natal ocidental sob o signo do consumo porque não preciso de pedir um crédito para compar prendas para os meus mais próximos.
A ingenuidade fica-nos mal. Se posso gastar dinheiro num livro, CD, DVD, roupa de marca é porque não preciso de guardar para comer. O mesmo para ti.
O meu lucro é o material.
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Paulo Noval, at 9:14 PM
Entendeu-me, ou provavelmente fiz-me entender, mal. Não tenho nada contra o conceito de Natal consumista:também eu gosto de dar e receber prendas. Enfim aquele cd novo que saiu ou um livro demasiado caro para a minha conta bancária de estudante.
O que eu acho rídiculo e absurdo é fazer publicidade ao Natal quando ainda faltam dois meses.
No limite, já imaginou o rídiculo da situação se estivesse na praia em pleno Agosto e o bar dessa mesma praia já estivesse decorado com pais natais e árvores?
By
Carolina Almeida, at 12:13 AM
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