Segredos de um Sorriso
É considerado o retrato mais famoso da história da arte e até o quadro mais conhecido do mundo. Refiro-me, como é evidente, à Mona Lisa ou Gioconda (como preferirem). Com um poder de sedução que se assemelha, em fotografia, com os olhos penetrantes de Sharbat Gula (a conhecida capa da National Geographic), a mulher apresenta um (meio) sorriso que prende o olhar.
É esse sorriso que intriga e continuará a intrigar gerações, levando à especulação e construção de várias teorias. Pensa-se que a mulher representada era Lisa Gherardini, a esposa de um comerciante florentino de sedas, Francesco del Giocondoque. Há quem sugira também que é Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para quem da Vinci trabalhou 11 anos. Recentemente, graças ao Código da Vinci, tem-se expandido a teoria de que a Gioconda não é mais do que o próprio artista vestido de mulher. Sobre essa última teoria li a seguinte citação de Barnett Newman (1992): “ Aqueles que põem um bigode na Mona Lisa, não a atacam a ela nem à arte, atacam o homem. Leonardo da Vinci. O que os irrita, é que com meia dúzia de pinturas ele tenha conquistado um lugar ímpar na história da arte, enquanto que eles, apesar da extensão da sua obra, têm dúvidas.”
Quanto ao sorriso em si, Freud interpretou-o como a atracão erótica que da Vinci sentia pela mãe. Típico, ou não estaria a falar de Freud. Um algoritmo de computador, desenvolvido na Holanda, descreve o sorriso como sendo de uma mulher 83% feliz, 9% enjoada, 6% atemorizada e 2% incomodada.
Recentemente, o perito francês Bruno Mottin veio a público defender que a Mona Lisa sorri porque tinha sido mãe recentemente. Isto baseado em análises ao quadro que revelaram a existência de um véu que era usado em Itália no século XVI por uma mulher grávida ou que acabara de dar à luz.
A verdade é que muitos estudos voltarão a ser feitos, muitas perguntas formuladas à tímida e quase trocista Mona Lisa. Mas o segredo, se de facto existe algum, permanecerá no silêncio do autor e do modelo. E é precisamente aí que reside o fascínio deste quadro em particular e da arte (sob as suas mais variadas manifestações) em geral. O facto de nunca se ter a certeza do que o autor pretendia. O facto de a arte não ser apenas obra do autor, acabada, completa, finita, mas sim uma incógnita, uma permanente construção do público que o interpreta. Uma base física onde o público projecta a sua vida, as suas emoções, a sua noção de estética, em suma, a sua interpretação.
É esse sorriso que intriga e continuará a intrigar gerações, levando à especulação e construção de várias teorias. Pensa-se que a mulher representada era Lisa Gherardini, a esposa de um comerciante florentino de sedas, Francesco del Giocondoque. Há quem sugira também que é Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para quem da Vinci trabalhou 11 anos. Recentemente, graças ao Código da Vinci, tem-se expandido a teoria de que a Gioconda não é mais do que o próprio artista vestido de mulher. Sobre essa última teoria li a seguinte citação de Barnett Newman (1992): “ Aqueles que põem um bigode na Mona Lisa, não a atacam a ela nem à arte, atacam o homem. Leonardo da Vinci. O que os irrita, é que com meia dúzia de pinturas ele tenha conquistado um lugar ímpar na história da arte, enquanto que eles, apesar da extensão da sua obra, têm dúvidas.”
Quanto ao sorriso em si, Freud interpretou-o como a atracão erótica que da Vinci sentia pela mãe. Típico, ou não estaria a falar de Freud. Um algoritmo de computador, desenvolvido na Holanda, descreve o sorriso como sendo de uma mulher 83% feliz, 9% enjoada, 6% atemorizada e 2% incomodada.
Recentemente, o perito francês Bruno Mottin veio a público defender que a Mona Lisa sorri porque tinha sido mãe recentemente. Isto baseado em análises ao quadro que revelaram a existência de um véu que era usado em Itália no século XVI por uma mulher grávida ou que acabara de dar à luz.
A verdade é que muitos estudos voltarão a ser feitos, muitas perguntas formuladas à tímida e quase trocista Mona Lisa. Mas o segredo, se de facto existe algum, permanecerá no silêncio do autor e do modelo. E é precisamente aí que reside o fascínio deste quadro em particular e da arte (sob as suas mais variadas manifestações) em geral. O facto de nunca se ter a certeza do que o autor pretendia. O facto de a arte não ser apenas obra do autor, acabada, completa, finita, mas sim uma incógnita, uma permanente construção do público que o interpreta. Uma base física onde o público projecta a sua vida, as suas emoções, a sua noção de estética, em suma, a sua interpretação.
Para mim, a Mona Lisa tem um sorriso doce, plácido, condescendente e amoroso. E porque sorri? Não sei. Eu também sorrio muitas vezes sem saber muito bem porque o faço.