A Teoria da Relatividade
Até uma certa idade, a maneira umbilical de perspectivar a vida e o mundo é normal, sendo um fenómeno estudado em Psicologia do Desenvolvimento. No entanto, com o alargar dos horizontes característico da maturidade parece que insistimos teimosamente no mesmo prisma. Desta vez não por infantilidade, mas por comodidade.
Um ponto em que, de uma maneira ou outra todos temos telhados de vidro, é no facto de nos queixarmos por tudo e por nada. Porque chove e queremos ir à praia. Porque calçamos 37 e só há sapatos 38. Porque temos peso a mais. Porque detestamos o nosso patrão. Porque temos políticos que volta e meia parecem intelectualmente diminuídos. Porque Portugal não é o país que todos desejávamos que fosse.
Sei que estão a pensar que estou a contradizer-me de uma forma absurda. Admito que sim. Mas a verdade é que em termos relativos somos mais afortunados do que os libaneses, israelitas, timorenses, iraquianos, etc.
Se um golpe de estado tornasse Portugal numa ditadura acendíamos velas ao Governo actual. Se fossemos bombardeados choraríamos pelo nosso antigo e medíocre país. Não sendo isto uma justificação para nos tornarmos permissivos a aberrações do dia-a-dia, é simplesmente uma maneira, na minha opinião, de nos tornarmos menos egoístas e mais realistas.
Peço que não me interpretem mal, não estou a fazer juízos de valor. Aliás, confesso que me obrigo a ver em cada uma das n notícias de atentados no Médio Oriente um crime contra a humanidade e não me habituar ao que lá é hábito.
Um ponto em que, de uma maneira ou outra todos temos telhados de vidro, é no facto de nos queixarmos por tudo e por nada. Porque chove e queremos ir à praia. Porque calçamos 37 e só há sapatos 38. Porque temos peso a mais. Porque detestamos o nosso patrão. Porque temos políticos que volta e meia parecem intelectualmente diminuídos. Porque Portugal não é o país que todos desejávamos que fosse.
Sei que estão a pensar que estou a contradizer-me de uma forma absurda. Admito que sim. Mas a verdade é que em termos relativos somos mais afortunados do que os libaneses, israelitas, timorenses, iraquianos, etc.
Se um golpe de estado tornasse Portugal numa ditadura acendíamos velas ao Governo actual. Se fossemos bombardeados choraríamos pelo nosso antigo e medíocre país. Não sendo isto uma justificação para nos tornarmos permissivos a aberrações do dia-a-dia, é simplesmente uma maneira, na minha opinião, de nos tornarmos menos egoístas e mais realistas.
Peço que não me interpretem mal, não estou a fazer juízos de valor. Aliás, confesso que me obrigo a ver em cada uma das n notícias de atentados no Médio Oriente um crime contra a humanidade e não me habituar ao que lá é hábito.